Entretanto, com sua extraordinária visão do que poderia ser verdadeiramente benéfico, o jovem Rinpotche decidiu estudar o Dharma no monastério de Sua Santidade em vez de permanecer no colégio. Uma noite, logo depois da meia-noite, ele deixou sua residência em Gangtok e caminhou 16 km sozinho até Rumtek. Ele chegou ao novo monastério de Rumtek ao nascer do sol. Quando apareceu pela primeira vez, todos os monges que o viram ficaram surpresos com a sua coragem e o receberam muito atenciosamente no templo principal, onde Sua Santidade lhe deu as boas-vindas. Apesar do conflito de idéias entre seu pai e os monges sobre sua educação, ele começou a estudar os ensinamentos Mahayana e Vajrayana da linhagem com outros três grandes Rinpotches.

Em Rumtek, esses quatro Rinpotches estudaram os textos e cerimônias rituais com tutores particulares. Também estudaram a filosofia Mahayana examinando vários comentários de mestres e sábios tibetanos conhecidos, e ensinamentos de mestres do Budismos indiano cujos textos foram traduzidos para o idioma do Tibete há muitos séculos atrás.

Em suas vidas anteriores, os quatro Rinpotches foram grandes professores e detentores da linhagem. Em cada uma de suas vidas passadas, um exemplo completo e único foi estabelecido, iniciando com o aprendizado da leitura e escrita na infância e aprofundando no processo de estudo integral, com uma juventude passada na disciplina, levando a um ser humano totalmente amadurecido.

Desde a época do Buddha Shakyamuni somos ensinados que cada um de nós deve se tornar um ser humano verdadeiramente completo. Para nós, seres humanos, a verdade é que desenvolvemos o fruto da bondade, assim como o da maldade, pelo mérito de nossas próprias visão, prática e reações habituais. Esse fruto de nossas próprias ações nos níveis físico e mental pode ser positivo ou negativo. Enquanto seres humanos ordinários, nós precisamos lidar com a verdade dessa experiência.

Grandes mestres, como Gyaltsab Rinpotche, mostram um exemplo perfeito para os seres humanos e especialmente para aqueles que estão relacionados à idéia de que cada um é responsável por si mesmo e pelos outros, e que ninguém é responsável pelo modo como passamos nossas vidas, se criamos para nós experiências de felicidade ou sofrimento. Eles nos mostram que a diferença entre um ser humano desperto e um comum não é uma questão de riqueza, título ou posição, mas apenas uma das visões da realidade presente na mente experienciada neste momento.